Trabalhadores da Cemig iniciaram, nesta quarta (06), uma greve. O objetivo da paralisação é a prorrogação da data-base — período do ano em que os trabalhadores negociam a correção salarial. Segundo o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG), a companhia de energia iniciou o diálogo em 3 de outubro, quase dois meses após a entrega do documento contendo as reivindicações dos funcionários e, menos de trinta dias após o início das conversas, rompeu as negociações. No plenário da Assembleia Legislativa, o líder da oposição, deputado estadual André Quintão (PT), pediu a retomada do processo de negociação.

Trabalhadores da Cemig estiveram presentes à Assembleia Legislativa nesta quarta. (Crédito: Bloco Democracia e Luta/Divulgação)

“Sabemos da importância da Cemig e de seus trabalhadores para Minas Gerais. Sabemos, também, da importância do diálogo. A greve é um direito legítimo. A direção da Cemig precisa investir em uma negociação séria com seus funcionários, e não na retirada de direitos concedidos ao longo dos anos”, disse André, em tom enfático.

O pronunciamento de André contou com o apoio de inúmeros trabalhadores da companhia, presentes à Assembleia para reivindicar o reinício do diálogo com a direção da Cemig.

Os trabalhadores em greve temem que a retirada de direitos faça parte da estratégia de entregar a Cemig ao capital privado. Uma possível privatização passaria, primeiramente, pelo desmonte da estrutura que cerca a empresa.

Vamos mostrar para a Cemig que estão subestimando o poder de mobilização da categoria”, comentou Carlos Alberto Gomes Oliveira, diretor do Sindieletro.

Desmonte

Em setembro, a Cemig encerrou as atividades em uma das mais importantes bases operacionais de Belo Horizonte, no bairro São Gabriel. A medida, além de impactar diretamente na atuação de diversos funcionários, alterou a lógica de atendimento a mais de 1 milhão de consumidores de energia da Região Metropolitana da capital, atendidos pela unidade.