Comissão e Blocos de Carnaval querem respostas para a burocracia e truculência da PM
“O carnaval de Belo Horizonte emergiu da própria sociedade, dos jovens e segmentos sociais que resistiam ao fechamento dos espaços públicos à população. É o carnaval de resistência, uma página bonita da história da cidade e cabe ao poder público garantir condições para que o ele continue contribuindo com a cultura, a economia e a alegria”, afirmou o deputado André Quintão, durante audiência da Comissão de Direitos Humanos realizada na quarta-feira, dia 11, que abordou as exigências de última hora por parte dos órgãos estaduais para liberação dos blocos, e as denúncias de violência da PM contra foliões.
A advogada Laura Diniz Mesquita, representando os blocos, afirmou que a Belotur fez várias reuniões desde outubro, inclusive individuais com blocos, e a Polícia Militar, convidada,nunca compareceu. Explicou que suas exigências de última hora eram inexequíveis porque BH “inventou” carros próprios para o estilo do carnaval peculiar que tem, e portanto, não são trios elétricos, mas caminhões palcos, entre outros. “Todos vistoriados e aprovados pela BHTrans”, frisou. Houve, ainda,depoimentos emocionados, como do psiquiatra Ênio Rodrigues, cujo filho Daniel foi barbaramente agredido pela PM e encaminhado ao Hospital João XXIII. Outro relato veio de Caio Damazio, graduado em Direito, ele próprio agredido pela PM. “Os mecanismos para contrapor a essa violação de direitos humanos são eficazes? Os agentes são punidos de fato? E vou além. Quantos são os casos não notificados?, questionou.
Uma série de requerimentos à Polícia Militar, ao Ministério Público, à Defensoria e à Belotur foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos, que deixou claro não encerrarem ali os trabalhos. O objetivo é acompanhar a apuração das denúncias e garantir medidas pertinentes para o próximo ano.