Ameaça de Despejo em Campo do Meio atinge 450 famílias produtoras
Mais de 450 famílias moradoras do Quilombo Campo Grande, no município de Campo do Meio, no Sul de Minas, podem ser despejadas a partir desta quarta-feira, dia 14, por decisão do juiz Walter Zwicher Esbaille. Há uma grande mobilização de universidades, parlamentares e movimentos sociais em defesa das famílias produtoras, que moram e trabalham há 20 anos na região da Usina de Álcool e Açúcar Ariadnópolis, falida em 1996. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recorreu da decisão.
Com a medida, poderão ser destruídos 1.200 hectares de lavoura de milho, feijão, mandioca e abóbora, além de 40 hectares de horta agroecológica e 520 hectares de café. Os trabalhadores do assentamento produzem o café Guaií, famoso pela qualidade e livre de agrotóxicos, chegando a 510 toneladas/ano. Há produção também de sementes orgânicas e de plantas medicinais.
A decisão do juiz foi comunicada em audiência, no Fórum de Campos Gerais, no dia 7 de novembro. Representantes dos trabalhadores foram impedidos de participar e o juiz solicitou a presença da tropa de choque dentro da sala. Na praça em frente, houve manifestações por justiça e exposição da produção agroecológica das famílias. O quilombo conta hoje com casas de alvenaria e infraestrutura de energia elétrica.
LEIA AQUI o Pedido de Solidariedade das famílias.