Resistência democrática: povo
vai
às ruas em apoio a Lula
Ordem de prisão do ex-presidente Lula desencadeia reações em todo o País
Movimentos sociais e sindicais, o PT e partidos de oposição unidos e militantes de todo o País se mobilizaram tão logo o juiz Sérgio Moro, ao final da tarde de quinta-feira, dia 5, determinou a prisão ilegal do ex-presidente Lula . Caravanas seguiram para São Bernardo do Campos (SP), milhares de pessoas indignadas se aglomeraram em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos e Atos Públicos foram marcados para esta sexta-feira nas principais cidades. Lula foi até os militantes, recebeu abraços, carinhos, declarações de apoio.
Em Belo Horizonte, a concentração começou às 10h, na Praça Sete, no Centro, com Ato Público marcado para às 16h. O deputado André Quintão declarou que o momento é de resistência democrática e pacífica e que todos devem ir às ruas em defesa da liberdade do ex-presidente, condenado sem provas, da Constituição brasileira e da democracia. “Querem tornar Lula, a maior liderança do País, inelegível para impedir a volta do governo democrático popular “, afirmou.
Novo recurso - Ainda na noite de quinta-feira, 5, a defesa do ex-presidente Lula apresentou novo recurso, desta vez ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), pedindo habeas corpus para que Lula permaneça em liberdade até o julgamento dos embargos declaratórios pelo TRF-4, cujo prazo é o dia 10. O recurso foi assinado por 11 advogados e o relator é o ministro Félix Fischer, que responde pelos casos da Lava Jato no STJ. Para se adiantar à defesa de Lula, o Tribunal Regional Federal – TRF-4 – e juiz Sérgio Moro não aguardaram os recursos ainda possíveis na segunda instância e nem a própria tramitação do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o pedido de habeas corpus preventivo ao ex-presidente na quarta-feira, dia 4. Moro declarou no despacho que “hipotéticos embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória” .
Violência aos olhos do mundo
“O que o juiz Sérgio Moro fez é inconcebível. Ele sente ódio do presidente Lula. Ele expediu um mandado sem estarem esgotados todos os recursos. Estamos vivendo um estado de exceção”, afirmou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann na quinta-feira ao final da tarde e convocou imediatamente a militância para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Logo após o julgamento do STF, no dia 4, Gleisi considerou a violência dos procedimentos contra Lula.
“Mais um procedimento de exceção”, afirmou a Nota oficial do PT após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), por seis votos a cinco, de negar o Habeas Corpus ao ex-presidente Lula e, em evidente manobra, pautar o julgamento antes de apreciar as ações que restabelecem a presunção da inocência como regra geral. Gleisi Hoffmann chamou a atenção para a repercussão internacional desses fatos. “Uma prisão política e que expõe o Brasil ao mundo como uma republiqueta de bananas. Isso aos olhos do mundo é uma violência”, afirmou.
Em Belo Horizonte, o deputado André Quintão, que acompanhou o julgamento no Ato Público em defesa do ex-presidente, destacou também o desrespeito à Constituição por parte do STF, a quem cabe o papel de seu guardião. “Rasgaram a nossa Constituição no golpe que arrancou a presidenta Dilma do poder, depois ao congelarem por 20 anos os gastos com as políticas públicas, ao destruírem a CLT e, agora, ao negarem o direito do presidente Lula de responder em liberdade até a última instância”, afirmou.
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