
PEC da Previdência reduz benefícios, aumenta tempo de trabalho e desmonta a Seguridade Social brasileira
André Quintão pede audiência pública para debater as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC)
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Previdência que o presidente Bolsonaro entregou ao Congresso Nacional nesta quarta-feira, dia 20, é ainda mais perversa do que a reforma que o Governo Temer não conseguiu aprovar: ela prevê o fim da Aposentadoria por Tempo de Contribuição, exige 40 anos de contribuição para o benefício integral, sacrifica sobretudo as mulheres da cidade e do campo na aposentadoria por idade, penaliza professores e fixa em 70 anos a idade para idosos muito pobres receberem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
No Congresso, parlamentares foram à Tribuna e criticaram a proposta como desastrosa e cruel. A PEC desmonta a Seguridade Social, deixando regras definitivas fora da Constituição, para serem votadas como Leis Complementares (que exigem quorum menor). Entre elas, institui o sistema de Capitalização, que só favorece os bancos e aumenta a desigualdade social. Não há menção a empresas devedoras da Previdência e os militares ficaram fora da PEC.
Para ser aprovada na Câmara são necessários 308 dos 513 votos em dois turnos. As centrais sindicais já preparam agendas de mobilizações e greves e parlamentares de todos os partidos de oposição se articulam e buscam diálogo com os governadores.
Para o deputado André Quintão, será essencial a mobilização da sociedade para pressionar o Congresso, a divulgação e o esclarecimento das consequências desta PEC para a economia do País, para os municípios, para as classes médias, para os trabalhadores, trabalhadoras e as famílias mais pobres.“Temos a certeza de que o conjunto da sociedade não aprova uma reforma como esta, que retira direitos e não traz soluções”, afirmou.
Vejam algumas das mudanças:
1. Idade e contribuições sobem: 62 anos de idade para mulheres e 65 anos para homens e contribuição mínima sobe de 15 anos para 20 anos,
2. Acaba Aposentadoria por Tempo de Contribuição: Há três regras de transição para quem está perto de se aposentar, mas dificilmente com 100% do benefício: por pontos, por idade mínima ou pedágio de 50% em relação ao tempo que falta.
3. Benefício Integral só com 40 anos de trabalho: Por exemplo: uma mulher com 62 anos de idade e 32 anos de contribuição, para ter 100% do benefício tem que trabalhar até os 70 anos.
4. Professores só se aposentam com 60 anos: Estabelece idade mínima de 60 anos para homens e mulheres e contribuição por 30 anos, tanto no Regime Geral quanto no Regime Próprio.
5. Trabalhadores rurais: Precisarão comprovar 20 anos de contribuição e terem 60 anos de idade, homens e mulheres. No sistema de agricultura familiar, de 1,2% da comercialização, fixa a contribuição de R$ 600,00 ou perde o ano segurado.
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André quer debater BPC de
R$ 400 em Audiência Pública
O deputado André Quintão requereu à Comissão do Trabalho, Previdência e Assistência Social audiência pública para debater as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), previstas na Reforma da Previdência. A data da audiência será definida nas próximas semanas. A PEC desvincula o BPC do salário mínimo e fixa em R$ 400,00 o valor para idosos a partir de 60 anos, que somente aos 70 anos teriam direito ao salário mínimo.
“Não podemos admitir a retirada deste direito garantido desde 1993 pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). É uma proposta cruel, devastadora e de baixíssimo impacto nas contas públicas”, afirmou André. Têm direito ao BPC pessoas com deficiência e idosos a partir de 65 anos, cuja renda familiar é igual ou inferior a ¼ do salário mínimo por pessoa, ou R$ 249,40. Pela PEC, além de comprovar essa renda familiar, terá que ser provado patrimônio familiar inferior a R$ 98 mil, ou seja, não podem possuir um teto para morar. |