
Reforma da Previdência de Zema chega ao Plenário, com voto contrário da oposição
Oposição garantiu derrota na Comissão do Trabalho, mas
as demais
aprovaram e propostas de Zema serão votadas
A Reforma da Previdência proposta pelo governador Zema, com regras ainda mais duras para o funcionalismo do que as aprovadas no Congresso em 2019 para o Regime Geral, teve a votação retomada esta semana. O Bloco Democracia e Luta, liderado pelo deputado André Quintão, votou contra a Reforma em todas as comissões, com o entendimento de que a matéria não deve ser votada neste momento de pandemia, sem a participação dos servidores e servidoras.
Compõem as propostas do governo o Projeto de Lei Complementar (PLC) 46/2020 e a PEC 52/2020. Na quarta-feira, dia 26, a Comissão do Trabalho, Previdência e Assistência Social rejeitou por 4 votos a 1, em sua totalidade, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 46/2020, que trata do aumento de alíquotas de contribuição e do desmembramento do Ipsemg. Já na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), na quinta-feira pela manhã, o PLC recebeu o aval da maioria, com dois votos contrários. Dessa forma, o PLC foi encaminhado ao Plenário.
Ainda na quinta-feira, o deputado André Quintão, que representa o Bloco Democracia e Luta na Comissão Extraordinária que analisa a PEC 52/2020, deu o voto contrário, mas a PEC recebeu o aval da maioria e seguiu para o Plenário. A PEC trata de mudanças profundas na concessão de aposentadoria de todo o funcionalismo do Estado, abrangendo idade mínima, tempo de contribuição, regras de transição, critérios para a pensão por morte, entre outras. Na Comissão Extraordinária, foi aprovado um substitutivo, de autoria do relator, deputado Cássio Soares, que seguiu para o Plenário.
Na Comissão do Trabalho, pronunciamentos foram históricos
“Foi um parecer histórico, substantivo, que reflete a posição do Bloco Democracia e Luta e da Bancada do PT, como foram históricos os pronunciamentos em defesa dos direitos à aposentadoria, ao trabalho, aos serviços públicos e à dignidade”, analisou o deputado André Quintão, que presidiu a reunião. André destacou, ainda, que a Comissão cumpriu o seu papel: ouviu as entidades sindicais em duas audiências públicas de forma remota, como era possível, e o relator, deputado Celinho Sintrocel, apresentou seu parecer no prazo regimental.
André questionou as propostas do governador: qual a justificativa para uma contribuição extraordinária de quem recebe os mais baixos salários do funcionalismo? Aumentar as contribuições com salários congelados não significa confisco salarial? Qual a justificativa para dividir o IPSEMG e extinguir a assistência Social? É privatizar a Saúde? Para o deputado, essas são algumas das inúmeras perguntas que permaneceram sem resposta do governo nas audiências, como também a questão crucial: “Reforma da Previdência é solução para déficit fiscal? As isenções fiscais, que consomem mais de R$ 6 bilhões/ano, não serão revistas?
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