
Campanha da Fraternidade 2021 critica “Necropolítica” do governo federal e sofre reações
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) abriram nesta quarta-feira de cinzas, dia 17, a V Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE). A cada cinco anos, desde 2000, a Campanha da Fraternidade é produzida reunindo líderes de diversas religiões cristãs. Neste ano, o tema é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”, (Ef 2,14a), visando a reflexão e superação desse tempo de polarização e obscurantismo.
O texto-base da Campanha faz críticas ao governo federal pelo negacionismo à ciência e ao papel de organismos como a ONU e a OMS e por não ter adotado “medidas efetivas no combate à pandemia de Covid-19”, que já matou mais de 240 mil pessoas no país. O documento faz menção à “necropolítica” e alerta para o crescimento da violência contra as mulheres, a população negra, indígenas e pessoas LGBTQI+. “Os sinais de necropolítica são perceptíveis em setores de Segurança Pública, que é altamente violenta e repressiva contra pessoas negras e pobres. Da mesma forma, pode-se ver a necropolítica na não regulação dos territórios indígenas”, afirma.
Críticas ao texto - O presidente da CNBB e arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, lançou a Campanha na Catedral Cristo Rei, na região Norte da Capital, com limitação de fiéis em função da pandemia. Ele justificou o texto-base, que tem sido alvo de críticas nas redes sociais e incitação a boicote por ultraconservadores. “A nossa Igreja está no caminho da unidade. Quem é cristão de verdade não ataca, não pisa, não descrimina; ao contrário, promove a unidade”, afirmou. |