
Congresso inicia votação da privatização dos Correios: perda
para os brasileiros
A Câmara dos Deputados iniciou nesta quinta-feira a votação do projeto de lei 591/2021, em regime de urgência, que abre o caminho para a entrega de um dos maiores patrimônios dos brasileiros: os Correios. Única empresa do ramo presente em todos os 5.570 municípios do País. Além disso, é uma empresa de importância estratégica, sendo, por exemplo, responsável pela entrega de 197 milhões de livros didáticos nas escolas públicas dos 5.570 municípios, das provas do ENEM em 15 mil locais no prazo de 3 horas, e do atendimento aos municípios que não têm agência bancária.
No início da tarde, foi rejeitado o pedido de adiamento da votação e teve início o processo no plenário. A proposta do governo é de que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que hoje é uma empresa 100% pública, seja 100% privada e passe a se chamar Correios do Brasil.
Os Correios são lucrativos e, nos últimos 20 anos repassaram 73% dos resultados positivos acumulados ao seu único acionista, o governo federal. Em 2000, o lucro chegou a R$ 1,5 bilhão e, entre 2001 e 2020, foram 16 anos de lucros. Exemplos de países que privatizaram, como a Argentina e Portugal, demonstram riscos para a segurança nacional, o não atendimento a regiões mais pobres e distantes e queda na qualidade dos serviços. De acordo com a União Postal Universal (UPU), entre os dez melhores serviços postais entre 170 países, sete são operados por empresas públicas.
Nota TÉcnica do Dieese detalha números e serviços dos Correios e por que a venda representa um péssimo negócio.
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