6 de novembro de 2020
ALMG

Crime da Vale: cinco anos de dor e luta por direitos, justiça e reparação

Foi no dia 5 de novembro de 2015, por volta de 15h30, que o rompimento da Barragem de Fundão, de responsabilidade das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, em Mariana, causaria um dos maiores desastres ambientais do mundo. Nesta quinta-feira, 5, o crime foi lembrado em todo o País e diversas entidades se manifestaram em defesa de justiça e da reparação, que ainda não aconteceram.

A Comissão dos Atingidos pela Barragem de Fundão e a Cáritas MG organizaram Ato Cultural em memória às vítimas em Mariana e projeções em edifícios em diversas cidades, com os dizeres “O Crime se Renova”, em alusão à Fundação Renova, criada para executar os programas de reparação, e à continuidade das atividades mineradoras predatórias. Em Belo Horizonte, a projeção foi no Centro, na Rua da Bahia.

Ações na Justiça – Quase nada foi reparado desse crime que deixou rastros, alguns perenes, ao longo de 700 km da Bacia do Rio Doce. Foram 19 pessoas mortas, mais de 500 famílias desabrigadas pelo soterramento de suas casas nos povoados de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana, e Gesteira, em Barra Longa, além de casas danificadas, perdas ambientais, econômicas e existenciais em mais de 40 municípios mineiros e capixabas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Renova apresenta problemas na execução de 39 dos 42 programas de reparação. As famílias ainda vivem em casas alugadas em Mariana, empobrecidas, adoecidas e inadaptadas.

Na Justiça, tramitam: o acordo, o Termo de Ajustamento de Condutas da Governança, a ação civil pública do MPF, que requer R$ 155 bilhões de reparação integral, e três ações criminais.

Audiência Pública debate reparações
em Mariana e Brumadinho

Na Assembleia Legislativa, a Comissão de Direitos Humanos realizou audiência pública sobre as ações das mineradoras relativas às tragédias criminosas de Mariana e de Brumadinho. No debate, o procurador federal Edmundo Dias pediu participação dos atingidos nos acordos do Governo do Estado com a Vale. A representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Tchenna Maso, reivindicou uma CPI para investigar a Fundação Renova, “devido aos amplos gastos com publicidade e serviços jurídicos, e os resultados pífios apresentados”, afirmou.

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