Dilma: “O Brasil precisa se reencontrar e isso vai acontecer nas eleições”
“Eles subestimaram a crise política que eles mesmos geraram”, disse a ex-presidenta Dilma, em Belo Horizonte, ao referir-se às várias etapas do Golpe do Impeachment e mostrar-se otimista com as eleições de 2018 e o crescimento do ex-presidente Lula nas pesquisas, mesmo com a “monstruosa perseguição da mídia”. Dilma afirmou que a quebra da democracia gera consequências nefastas às instituições e imprevisíveis até para quem a defendeu e citou “surpresas” para seus opositores como a “destruição do PSDB”, o crescimento da extrema direita e o imenso desgaste do Governo e PMDB.
A ex-presidenta participou na segunda-feira (11), na Assembleia Legislativa, de reunião da Comissão Extraordinária das Mulheres, convidada a falar sobre a mulher na política. Ela falou para o auditório lotado e um telão foi armado no Hall das Bandeiras. “Não haverá democracia verdadeira no Brasil se não tratarmos das desigualdades do País: desigualdades de gênero e de raça, sim, mas também sociais e de renda”. Lembrou que 94% das pessoas que recebiam Bolsa Família durante seu governo eram mulheres e que das mais de 36 milhões de pessoas que saíram da pobreza extrema nos governos do PT, 54% eram mulheres e 78% eram negras.
Para Dilma, ela não foi deposta por ser mulher, mas por ser uma mulher com um projeto político de redução das desigualdades e a misoginia foi utilizada para criar o ambiente propício ao Golpe. “Diziam que eu era obsessiva e compulsiva com o trabalho; se eu fosse homem, seria trabalhador. Diziam que eu era dura; se fosse homem, seria firme. Isso fora os componentes sexuais nos cartazes e adesivos”, citou.
Dilma afirmou que sua deposição foi apenas o “primeiro ato do golpe”. Destacou o congelamento do teto das políticas públicas e a reforma trabalhista como etapas posteriores, mas acredita que não será possível concluir tudo que eles desejam até as eleições. “Vamos ter clareza: nós sempre ganhamos quando houve plena democracia, ganhamos quatro eleições seguidas. O Brasil precisa se reencontrar, e isso vai acontecer nas eleições”, disse.
Dilma concedeu entrevista exclusiva ao programa
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