Escolas Família Agrícola cobram repasses e mesa de diálogo
Na audiência, governo anunciou primeiro repasse para maio
As Escolas Família Agrícola (EFAs) de Minas Gerais, uma referência em educação na zona rural, estão amargando a falta de repasses dos recursos do Fundeb em 2019, com reflexos no pagamento dos salários dos professores e na manutenção dos alojamentos e refeições para os alunos. São 22 EFAS, com 2.380 alunos regulares nos ensinos Fundamental, Médio e de Educação de Jovens e Adultos. O problema foi debatido em audiência pública na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, dia 16, na Comissão de Direitos Humanos.
“O fortalecimento das Escolas Família Agrícola tem sido discutido ao longo dos anos na Assembleia, com avanços desde 2003, entre eles a Lei 14613, que garante apoio do Governo Estadual”, destacou o deputado André Quintão. Ele afirmou que é preciso garantir que o novo governo entenda essa história e a importância das EFAs no campo, para os jovens e suas famílias, para que mantenha esse apoio.
Representando a secretaria da Educação, a superintendente Iara Felix Viana, anunciou que os repasses terão início em maio e que o Governo Estadual vai apoiá-las, considerando as EFAs um modelo de educação rural. Representantes da AMEFA – Associação Mineira das Escolas Família Agrícola – pediram também que o governo tenha sensibilidade para abrir uma mesa de diálogo para, não apenas definir as datas dos repasses, mas acertar outros gargalos.
Metodologia da Alternância – As EFAs são administradas por associações da sociedade civil, com termos de cooperação dos governos federal, estadual e municipais. Sua marca é a adoção da Pedagogia da Alternância, uma metodologia de inspiração francesa, que alterna períodos em que os alunos permanecem na escola e outros em que retornam às suas comunidades rurais.
As EFAs têm alto desempenho, medido pelo Instituto de Pesquisas INEP, ficando entre as dez primeiras do País entre 60 mil escolas que atendem comunidades de vulnerabilidade social. Além disso, nos últimos anos, de 611 técnicos formados em agropecuária pelas EFAS, 67% conquistaram vagas em Universidades Federais.