Mangueira é campeã e Carnaval mostra resistência em todo o País
Reverenciando índios, negros e pobres, heróis esquecidos da História oficial do Brasil, a Estação Primeira de Mangueira (RJ) arrebatou o público na madrugada de terça-feira (5), no na Sapucaí e se sagrou campeã no mais importante desfile de Escolas de Samba do País. Chamou nosso Brasil, hoje tão machucado, de “ meu dengo e meu nego” , contou histórias verdadeiras “Pra Ninar Gente Grande” e deu voz às Dandaras, Marias, Mahins, Marielles e Malês, que resistem na luta, na sonoridade dos tamborins e tambores e nas batalhas por direitos e liberdade.
Marielle vive – Além de ser homenageada na música, a Mangueira trouxe uma ala em que os componentes traziam bandeiras nas cores verde e rosa com a foto da vereadora do Psol, assassinada há um ano, sem que nada tenha sido apurado até o momento.
Bolsonaro – O carnavalesco Leandro Vieira foi enfático na defesa de seu enredo e crítica a Bolsonaro (que envergonhou o Brasil durante todo o Carnaval): “Aqui todo mundo resiste. É um recado político ao Bolsonaro, de que o Carnaval é uma festa popular, ele devia mostrar ao mundo o Carnaval da mangueira”.
Belo Horizonte – Assim foi o carnaval de 2019, mais do que em anos anteriores, marcada pelo tom político nos mais diversos cantos do Brasil.Em Belo Horizonte, houve protestos contra o presidente Bolsonaro, marchinhas e fantasias ironizando “laranjas” e “Queiroz” e gritos por LULA LIVRE! nas multidões que acompanharam as centenas de blocos, de todos os tamanhos, dos mais diferentes ritmos e estilos musicais.