por Marina Menta

Danças, músicas e oficinas: essas foram algumas atrações da enorme lista de atividades que movimentaram a cidade de Fronteira dos Vales, entre os dias 17 e 21 de dezembro, durante o Mucuriarte — Festival de Arte e Cultura do Vale do Mucuri. O evento, que agregou diversos artistas e espetáculos da região e de outras cidades do Brasil, de forma gratuita, ofereceu shows musicais, atividades de literatura, artesanato, teatro, mesas, fóruns e uma série de ações voltadas ao desenvolvimento artístico, social e humano. 

O Mucuriarte é realizado pelos Instituto Válido Mucuri, pelo Instituto Cultural In-Cena e pela Prefeitura Municipal de Fronteira dos Vales. O Deputado Estadual André Quintão, apoiador do evento desde a primeira edição, participou de mais uma edição e reforçou a importância do festival.

“Assistir às apresentações do Mucuriarte é ter a certeza de que a cultura regional continua viva. Minas Gerais tem muitas manifestações artísticas valiosas, e enaltecê-las é essencial para preservar nossa história”, comentou.

Forlan Freitas, diretor do Instituto Válido Mucuri, comemorou os resultados do Festival. “Cada Mucuriarte deixa o seu legado, que vai desde a formação de público ao incentivo à organização de grupos culturais e valorização dos artistas e cultura locais, além de propiciar o intercâmbio cultural de pessoas de vários estados do país. O festival estimula um novo olhar sobre a cidade e seu povo, despertando o sentimento de orgulho de pertencer àquele chão, cuja história fora construída com os saberes e fazeres dos seus artistas conhecidos e anônimos”.  

Protagonismo jovem

Na quarta, 18, jovens se reuniram para debater os desafios que os brasileiros têm enfrentado diante do desmonte das políticas públicas em vários âmbitos, principalmente na educação. O impacto disso nas Universidades Públicas e, também, nas bolsas de assistência estudantil tem sido enorme.

Houve uma discussão em torno da importância da juventude se organizar para continuar lutando pelos seus interesses, por meio dos centros acadêmicos, dos movimentos estudantis e da cultura, todos alvos de ataques e tentativas de censura por parte do Governo Bolsonaro.  A assessora do Mandato, Luíza Machado, esteve presente e destacou o simbolismo do debate.

“É importante nos organizarmos neste período, para enfrentar os desafios. Estamos num momento em que a questão da saúde mental tem se agravado. Ficamos sem perspectiva de futuro e mal por conta dos ataques que mulheres, a população LGBTQI+ e os negros têm sofrido. Por isso, é importante se organizar e dar à luta um sentido coletivo. Juntos, somos mais fortes na defesa de nossos interesses”, ressaltou.

Fórum de Mulheres

O mandato também participou de roda de conversa sobre o tema “O papel da mulher na construção da identidade do Mucuri”. O bate-papo foi iniciativa do Grupo de Mulheres Organizadas do Mucuri (GMOM), em parceria com o Observatório dos Direitos da Mulher da Universidade de Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e do Centro de Referência em Direitos Humanos do Vale do Mucuri para discutir o assunto.

O debate tratou de assuntos como a violência contra mulher, a divisão sexual do trabalho e o machismo na sociedade e o cuidado para que práticas do tipo não sejam replicadas pelas próximas gerações. A campanha “Não hesite, apite”, que tem como objetivo a conscientização da prevenção da violência contra a mulher, também foi pauta da conversa. 

Arte democrática

O Mucuriarte vai além de uma forma de entretenimento regional. Há um valor simbólico e cultural, na democratização da arte e de temas importantes. “O Festival é palco para a diversidade, dando protagonismo aos quilombolas, aos índios Maxakalis e aos artesãos e artesãs que, com as próprias mãos, moldam o destino e revelam às Minas a riqueza cultural das Gerais”, enfatiza Forlan Freitas.