A reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, realizada nesta quarta-feira, dia 28, aprovou relatório sobre a visita oficial da Comissão ao Quilombo Campo Grande, localizado na antiga Usina de Ariadnópolis, em Campo do Meio, onde 450 famílias estão enfrentando ordem de despejo, após viverem e produzirem no local há 20 anos. O deputado André Quintão participou da reunião. “O Relatório e o vídeo demonstram que a região é produtiva, com 1.800 hectares de lavoura, 500 hectares de café e 1.200 cabeças de gado, entre outras criações, além da área de preservação ambiental. Não há qualquer justificativa para o despejo das famílias”, afirmou André, ao final da reunião.

O relatório aprovado e o vídeo produzido pela TV Assembleia durante a visita serão encaminhados ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça (TJMG), ao Juiz Walter Zwicker Júnior da Vara Agrária de Minas e às Comissões de Direitos Humanos da Câmara de Deputados e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG), que participaram da visita, explicou o presidente da Comissão, deputado Cristiano Silveira (PT). O dirigente nacional do MST em Minas, Sílvio Neto, também participou da visita e lembrou que o próprio juiz fez vistoria no local, viu tudo aquilo, conversou com as famílias, mas repetiu no laudo os argumentos da antiga usina.

No dia 7 de novembro, o juiz Walter Zwicker concedeu a reintegração de posse a antiga Usina de açúcar e álcool, falida na década de 80, e determinou o despejo, em sete dias, das 450 famílias que se recusam a sair. O conflito se estende por 20 anos, sendo justamente os antigos trabalhadores da Usina de Ariadnópolis, que não receberam seus direitos trabalhistas, os primeiros a ocuparem a terra e iniciar a produção. Em 2015, o Governador Fernando Pimentel assinou decreto desapropriando a área para fins sociais, mas ainda assim a Justiça contestou o decreto e o conflito se arrastou até a decisão de despejo do início deste mês.

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