STF suspende, por 10 x 1, decisão de transferir Lula para SP
Perseguição ao ex-presidente pela Lava Jato mobiliza o Congresso
O Supremo Tribunal Federal suspendeu na mesma tarde de quarta-feira, dia 7, por 10 votos a um, a decisão da juíza Carolina Lebbos, do Paraná, daquele dia, que havia determinado a transferência do ex-presidente Lula de Curitiba para São Paulo. A defesa de Lula fez o pedido ao STF no âmbito de um habeas corpus em ação já apresentada, que solicitava a anulação da sentença de Lula pelas recentes provas da imparcialidade do então juiz Sergio Moro.
Com a mobilização da bancada do PT e forte reação no Congresso Nacional, 72 parlamentares de 12 partidos foram ao Tribunal e reuniram-se com o presidente Dias Toffoli para solicitar o imediato julgamento da Corte sobre a questão, que colocava em risco a segurança do ex-presidente. Na Câmara, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann agradeceu o apoio dos diversos partidos: “Há coisas maiores que nos unem na democracia”, disse.
A tentativa de impor mais uma decisão ilegal, que fere uma série de dispositivos da Constituição, e de clara perseguição ao presidente Lula, acontece justamente quando a Operação Lava Jato é questionada com a divulgação dos diálogos obtidos pelo site Intercept Brasil. As mensagens que demonstram as ilegalidades cometidas pelo então juiz Moro e pelos Procuradores e como os envolvidos forjaram a condenação de Lula. O juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal de Justiça (TJ-SP), que após a decisão da juíza definiu o presídio de Tremembé como local da transferência, foi nomeado em fevereiro pelo ministro Sérgio Moro para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.