Governo de Minas e Vale têm audiência de conciliação e novas reuniões são marcadas
Atingidos exigem participação nas negociações
A terceira audiência de conciliação entre a mineradora Vale, o governo de Minas Gerais e as instituições de Justiça foi realizada nesta quarta-feira, dia 9, no Tribunal de Justiça (TJMG), em Belo Horizonte, mais uma vez de portas fechadas. Segundo o TJMG, as negociações avançaram, mas não ainda em valores, haverá três novas reuniões até semana que vem e uma outra audiência no próximo dia 17. As negociações visam firmar um acordo referente aos prejuízos causados ao Estado de Minas pela Vale, com o rompimento da Barragem em Brumadinho, que matou 272 pessoas e devastou a região da Bacia do Paraopeba.
Na porta do TJMG, atingidos da Bacia do Rio Paraopeba, junto com as Assessorias Técnicas Independentes (ATIs), realizaram uma manifestação para reivindicar participação no processo. De acordo com a integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Izabella Bontempo, os atingidos cobram transparência, participação efetiva nas discussões e na definição da destinação de recursos. Há, também, o temor de que o acordo prejudique os processos de reparações individuais aos atingidos.
Auxílio Emergencial – O auxílio emergencial que a Vale paga a atingidos, e anunciou o término para dezembro, foi prorrogado até o final de janeiro de 2021, informou o Ministério Público (MPMG) ao final da audiência. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Gilson Soares Lemes, disse em entrevista à imprensa que nessa audiência foram discutidos os projetos de recuperação – a serem publicados somente após o fechamento do acordo – que ficarão a cargo do governo de Minas e quais a Vale será responsável, bem como uma participação dos atingidos nos projetos. O Governo calculou em R$ 54 bilhões o valor dos danos socioambientais e morais e a Vale teria oferecido em contraproposta apenas R$ 21 bilhões, em audiências anteriores.