10 de maio de 2019
CPI DE BRUMADINHO

CPI de Brumadinho avança nas investigações ouvindo funcionários da Vale

Diretores de alto escalão da Vale, de diversas áreas, tinham conhecimento dos riscos das estruturas da barragem de Brumadinho, tiveram acesso a relatórios, à informação de que o fator de segurança estava abaixo do recomendado e dos problemas detectados pelos piezômetros, entre outros dados. A revelação é dos funcionários da mineradora ouvidos nesta quinta-feira, dia 9 de maio, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho da Assembleia. Foram ouvidos Felipe Figueiredo Rocha e Hélio de Cerqueira, do setor de riscos geológicos da Vale, e Marilene Araújo. Todos transferiram responsabilidades para a área de geotecnia operacional.

“Queremos saber, na estrutura hierárquica da Vale, quem tinha conhecimento dos riscos”, afirmou o deputado André Quintão, relator da CPI, ao final da reunião. Ele informou que após essa revelação, a CPI já providenciou a convocação desses diretores para prestarem esclarecimentos e que os técnicos da área de Geotecnia Operacional serão ouvidos na próxima quinta-feira, dia 16.

Segundo o funcionário Hélio de Cerqueira, desde 2012 na empresa, dois dias antes do rompimento foram detectados problemas nos piezômetros – equipamentos que medem a pressão da água nas barragens de rejeitos – e ele faria uma visita técnica para validar as incoerências detectadas no dia 26 de janeiro.

Para o relator, Vale não se 
preocupou com Plano de Emergência

No Plenário, o deputado André Quintão fez um balanço dos trabalhos da CPI, prestes a completar 60 dias e destacou que o Relatório, além de apontar responsáveis e indicar medidas preventivas, quer trazer diretrizes claras de reparação às pessoas e ao meio ambiente. Para André, já salta aos olhos que a Vale, mesmo reconhecendo situações de risco, não se preocupou em seguir recomendações e ativar o Plano de Ação de Emergência. “Se ele tivesse sido ativado, provavelmente não haveria 300 mortes. A própria ação de emergência, quando tomada, foi falha, porque as sirenes não funcionaram e quem sobreviveu revelou, justamente, não ter seguido a Rota de Fuga indicada em treinamentos simulados”.

 

 

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