O radar que monitorava a Mina de Córrego do Feijão mostrou uma grande deformação da estrutura 11 dias antes do rompimento, em área de quase 15 mil m2, equivalente a dois campos de futebol. Foi o que relatou o operador do radar Tércio Andrade Costa, funcionário da Vale, que prestou depoimento na segunda-feira, dia 1º de julho, à CPI de Brumadinho da Assembleia.

Segundo ele, desde março, quando começaram as medições por radar, constataram-se pequenas áreas de deformação da estrutura, de cerca de 200 m2, mas no dia 14 de janeiro foi identificada área de quase 14.800 m2 e na forma de uma parábola, que tende a crescer. “É o que a gente chama de deformação progressiva”, explicou o funcionário, relatando também que enviou os resultados da medição e imagens aos seus superiores por e-mail no dia 18 de janeiro, mas recebeu como resposta que vários outros instrumentos, em outras metodologias, mostravam condições normais. Nenhuma medida foi tomada.

Na quinta-feira, dia 4, a CPI ouviu dois executivos da mineradora, na condição de investigados: Lúcio Cavalli e Silmar Silva que, a exemplo de outros diretores, esquivaram-se a cada questionamento. Silmar Silva admitiu que a mineradora, diante da dificuldade para instalar o dreno horizontal profundo recomendado pela auditoria, parou de colocar os drenos e não tomou qualquer outra medida. “Nós estamos chegando à conclusão do nível de irresponsabilidade da direção da Vale. Se havia tantos fatores de instabilidade, fica a pergunta: por que a Vale não acionou o Plano de Ação de Emergência?”, questionou o deputado André Quintão, relator da CPI. Ele lembrou que já foram demonstrados à CPI problemas com os piezômetros, com as sirenes que não funcionaram, com as medições de radares, relatórios de painéis internacionais sobre instabilidade e até o Plano que constatava terem os funcionários menos de um minuto para se salvarem no caso do rompimento da barragem.

13ª REUNIÃO ORDINÁRIA DE 04/07/2019 ÀS 09:30

ÁUDIOS:

CBN FM 106,1 – MG | Jornal da CBN 1ª Edição
Diretores da Vale depõe na CPI de Brumadinho na ALMG

Inconfidência AM 880 – MG | Jornal da Inconfidência
CPI de Brumadinho recebe depoimentos de funcionários da Vale na ALMG

Super FM 91,7 – MG | Super N Primeiras Notícias
Diretores da Vale ouvidos em CPI se esquivam de perguntas de deputados

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TV Record Minas | MG no Ar
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#NotíciaCompleta #CPIdaBarragem ouve dois diretores da Vale. Deputados consideram evasivas as respostas dadas. Para relator, @AndreQuintaoPT, empresa não queria aumentar a segurança, mas sim reminerar. Leia 👉https://t.co/eXBXIwLBYL pic.twitter.com/yaCLhlGush

— Assembleia de Minas (@assembleiamg) 5 de julho de 2019

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Os familiares das vítimas do crime da Vale em Brumadinho estiveram em todas as sessões da CPI. Eles se desdobram para acompanhar as investigações aqui na ALMG, na Câmara Federal, no Senado e na Câmara Municipal. Participam de reuniões com bombeiros, investigadores, advogados, associações de moradores e tantas outras. Para 27 famílias, ainda resta a dor de não poder se despedir da pessoas amada e as visitas constantes ao IML Para todos eles, o dia 25 de janeiro se repete todos os dias.

Uma publicação compartilhada por André Quintão (@andrequintaopt) em 4 de Jul, 2019 às 9:04 PDT