28 de janeiro de 2020
CPI DE BRUMADINHO

Crime da Vale em Brumadinho: Ministério Público denuncia responsáveis e acata recomendações da CPI da Assembleia

Emoção e solidariedade marcaram o sábado, 25, em Brumadinho. A data marcou um ano do crime da Vale na cidade. O rompimento da barragem do Córrego do Feijão deixou 272 mortos — incluindo dois nascituros. Por toda a cidade, foram feitos atos em memória das vidas perdidas por conta das ações e omissões da mineradora.

Vindos de todos os cantos do pais, movimentos sociais e entidades estiveram em Brumadinho para deixar seu abraço e participar da celebração. Em frente ao letreiro localizado na entrada da cidade, o ato promovido mensalmente, a cada dia 25, foi carregado de simbolismo. Às 12h29, os presentes ficaram em silêncio por um minuto, em memória das vidas levadas pela lama.

“É preciso lembrar que ainda existem corpos não encontrados”, ressaltou o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou, na Assembleia Legislativa, o crime da Vale, o deputado estadual André Quintão (PT).

Ministério Público acolhe recomendações

Em meio à tristeza que toma conta da vida de Brumadinho há 365 dias, um alento: o Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG) apresentou denúncia, no último dia 21, contra a Vale, seus responsáveis legais – entre eles o ex-presidente Fábio Schvartsman – e a empresa alemã Tüv Süd, empresa que emitiu o laudo que atestava a suposta segurança da barragem que se rompeu. A denúncia acolhe as recomendações feitas pela CPI da Assembleia.

“O Ministério Público reconheceu que a tragédia foi um crime, e que a Vale, através de seu ex-presidente e de vários funcionários, além da Tüv Süd, não tomaram as providências preventivas e deixaram que 272 pessoas tiveram suas vidas levadas precocemente“, comentou André.

Grupo de Trabalho

Instalada em abril do ano passado, a CPI de Brumadinho teve seu relatório final aprovado em setembro. No mesmo mês, a Assembleia criou um Grupo de Trabalho para monitorar o cumprimento das recomendações presentes no texto. Os integrantes do grupo têm se reunido mensalmente.

“Acompanhamos o cumprimento das recomendações, o processo de punição aos responsáveis e a reparação às comunidades afetadas. O crime de Brumadinho não pode cair no esquecimento“, explicou André, que compõe a equipe.

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