28 de junho de 2019
CPI DE BRUMADINHO

CPI de Brumadinho: Vale sabia que tempo de fuga era de até um minuto

A comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho avançou nas investigações esta semana, com revelações estarrecedoras. Na reunião de quinta-feira, 27, os parlamentares se detiveram no Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da Vale, elaborado pela empresa Walm Engenharia, apresentado por seu funcionário Sérgio Pinheiro de Freitas. Ficou demonstrado que a lama atingiu o refeitório e escritório da Vale em Córrego do Feijão, matando os funcionários em menos de 40 segundos. No PAEBM, o tempo previsto para a fuga desse local em caso de rompimento da barragem era de menos de um minuto.

“Foi uma total irresponsabilidade da Vale ter mantido o funcionamento do refeitório e da estrutura administrativa no local, tendo em mãos o PAEBM mostrando que as pessoas não teriam condições de se salvar”, afirmou o deputado André Quintão, relator da CPI. “É um crime e causa indignação absoluta”, acrescentou. Para André, esses dados técnicos serão fundamentais para o Relatório da CPI.

Vale fez explosões na mina no dia do rompimento

Na segunda-feira, dia 25, foram ouvidas duas testemunhas que confirmaram ter havido detonações de explosivos na Mina do Córrego do Feijão no dia 25 de janeiro, quando a barragem se rompeu. Os parlamentares convocaram as testemunhas depois de terem acesso a um relatório de 2018 da auditoria externa, que recomendava não fazer explosões devido à instabilidade da barragem.

“Ficou comprovado que detonações ocorreram durante todo o ano de 2018 e no próprio dia do rompimento, ou seja, a Vale não seguia as recomendações”, afirmou André. A Comissão vai enviar Ofício à mineradora solicitando a lista de detonações realizadas nas Minas Córrego do Feijão e Jangada de dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Na reunião, a grande dúvida ficou sobre o horário em que houve explosões. O mecânico de mineração da empresa Sotreq, que prestava serviço à Vale, Eiichi Óssea, afirmou ter visto a detonação por volta das 12h20 e das 12h40. Já o funcionário da Vale, Edmar Resende, contrariou esse depoimento, afirmando que a detonação ocorreu uma hora depois do rompimento da barragem, às 13h33. Edmar afirmou aos parlamentares ser o responsável pela detonação e justificou sua decisão dizendo que se os explosivos fossem deixados no local ofereceriam outros riscos.

Leia mais:


Asssembleia Legislativa
Plano de ação previa um minuto para evacuação em Brumadinho


Diário Causa Operária
Brumadinho: Vale assassina realizou explosões próximo à barragem no dia do seu rompimento


MGTV – Globo
Comissão da barragem de Brumadinho ouve testemunhas sobre detonação no Córrego do Feijão


RecordNews
Vale detonou explosivos no dia do rompimento da barragem de Brumadinho


Jornal O tempo
Vale sabia que tragédia exigiria evacuar refeitório em até 1 minuto


REDE TVNews
Documento indica que vítimas de Brumadinho tinham menos de 1 min para fugir

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