CPI quer apontar os responsáveis pelo crime e agilidade na reparação às famílias
“A CPI já comprovou que o problema central é apresentação de laudo forjado pela Vale e a auditoria, e que o sistema não prevê mecanismos de checagem. A questão será tratada com recomendações e a prioridade agora é apontar os responsáveis pelo crime de Brumadinho, afirmou o deputado André Quintão, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) da Barragem de Brumadinho.
Nesta quinta-feira, a CPI ouviu Maria Teresa Viana Corujo, membro do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e único voto contrário ao pedido da Vale, ao final de 2018, para obter nova licença de operação na Mina de Córrego do Feijão, a partir de 2019 e por mais dez anos – e não o seu descomissionamento, como foi dito quando se rompeu a Barragem. Maria Teresa levou documentos e relatou artifícios, como o rebaixamento do nível de risco de 6 para 4 sem auditoria e o não cumprimento de prazos que “atropelam” os processos. “Então são as empresas mineradoras decidindo sobre as licenças para os seus empreendimentos”, disse.
Agilidade na identificação Criminalística
Ainda na quinta-feira, a CPI fez uma visita ao Instituto de Criminalística da Policia Civil, responsável pela identificação das vítimas. Os deputados constataram que o órgão convive com deficiência de equipamentos, insumos e de pessoal e vão cobrar do Governo do Estado e da Vale providências, em respeito às famílias angustiadas, que ainda aguardam por notícias.
Na segunda-feira, dia 8, a CPI ouviu a Defesa Civil e Sindicatos dos trabalhadores e apurou também uma sucessão de equívocos que podem configurar crime da mineradora. A Defesa Civil informou que seis meses antes alertou a Vale de que a sirene não estava funcionando e recomendou ampliação de simulados.