9 de março de 2020
ANDRÉ NA MÍDIA

Pelo fim da violência contra as mulheres

Março de lutas

No histórico Dia Internacional da Mulher, as manifestações de 8 de março ganham contornos mais amplos.

O grito das brasileiras será pelo fim da violência às mulheres, do feminicídio, contra o governo Bolsonaro, por democracia e por direitos, com o apoio dos mais diversos segmentos e movimentos sociais.

São bandeiras urgentes, todas elas agora agravadas pelas recentes declarações e atitudes misóginas e autoritárias do presidente, inaceitáveis se partem de qualquer cidadão e ainda mais absurdas por serem incompatíveis com o mais alto cargo da República.

À postura do presidente somam-se incontáveis medidas deste governo que têm levado ao colapso as políticas públicas e a garantia de direitos elementares. Não é aleatório o acirramento da violência contra as mulheres e dos ataques aos direitos humanos, medidos, em números no Brasil de 2019 e 2020. O dia 8 abre um mês de lutas pela democracia e contra o autoritarismo, com outras duas datas que devem concentrar manifestações públicas. As forças democráticas, os movimentos sociais, as pessoas e as instituições que defendem a justiça, a liberdade e o respeito à Constituição – todas precisam se manifestar. Não como ato de bravata e incitamento à violência, mas pela preservação das instituições, dos compromissos e dos valores civilizatórios consagrados no pacto que significou a Carta de 1988. Somente a partir desse patamar podemos retomar a construção de uma sociedade que possa garantir o acesso à moradia, à educação, à saúde, à alimentação a todos com dignidade. O contrário é a barbárie.

O dia 14 de março marcará dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, crime de repercussão mundial com o envolvimento de milícias e ainda não esclarecido. “Quem foram os mandantes e quem matou Marielle?”, pergunta-se todos os dias há dois anos. No Estado do Rio, a data tornou-se oficialmente o Dia Marielle Franco – de luta contra o genocídio da mulher negra. Atos políticos devem acontecer em vários cantos do país.

A defesa da educação, dos serviços públicos, dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras marca a data de 18 de março, estabelecida com a união de todas as centrais sindicais, da União Nacional dos Estudantes (UNE), de partidos políticos e movimentos sociais. A política econômica ultraliberal em curso não trouxe soluções ao desemprego e ao crescimento da pobreza e, a cada dia, fomenta a precarização do trabalho. O ministro Paulo Guedes colhe fracassos seguidos, como o aumento do PIB em pífios 1,1%, que impõem mudanças de rumo. A venda das estatais e as “reformas” trabalhista e previdenciária, apresentadas como milagrosas, só fizeram piorar a vida da população. Nas diversas áreas, como educação, ciência, cultura, meio ambiente, agropecuária, indústria, segurança e soberania, o Brasil retrocede.

Com a força das mulheres, da juventude, dos trabalhadores e trabalhadoras, este Março de Lutas pode abrir uma nova dinâmica e horizontes que pavimentem a restauração de nossa democracia e de direitos.


André Quintão
Deputado (PT) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais


ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL O TEMPO
07 DE MARÇO DE 2020

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